Em busca do estado de espírito performático perfeito – Atividade 5: afixar uma mensagem por todo lugar que eu passar

Inicialmente gostaria de me desculpar pela demora na continuação das postagens. Diversos motivos se somaram e deu no que deu. Viagem, dificuldade no acesso, problemas de saúde, preguiça, enfim.

Vamos ao que interessa: na quarta feira da semana em que me propus a realizar atividades relacionadas à performance, a atividade feita relaciona-se com a imagem acima, ou seja, utilizando um “Post it”, afixei essa pergunta pelos lugares que passei. Levando em consideração que quarta feira passei o dia viajando, passando por 4 aeroportos, essa atividade perpassou o país de norte a sul, já que saí de Palmas-TO, passando por Brasília, São Paulo e, por fim, chegando em Maringá-PR. A mensagem foi afixada em todos os aeroportos e aviões passados durante esse trajeto, terminando a atividade em um bar de Maringá.

Durante o processo, fui observando que tal atividade não necessitava de grande concentração, esforço físico e conexão entre eu e um possível observador. A discussão que a atividade me instigou a fazer está na forma como o observador se relaciona com a ação performática. Em alguns casos, o observador lia e me respondia, logo após ter sido afixado. Em outro caso específico, após ter deixado uma mensagem na sala de embarque em Guarulhos, entrando no avião, vi um rapaz com o Post it na mão. Já no bar, coloquei um dentro de um cardápio e observei que, em uma mesa próxima, um grupo de pessoas se aglomerava pra ler. Algumas pessoas, ao saberem do que se tratava, comentavam haver nisso uma “poesia” ou “artisticidade”.

O mais importante nesse processo é que uma atividade foi proposta sem que se esperasse uma reação específica. Colei os papéis pelos lugares, apenas. E observei. No meu trabalho em performance é comum haver um protocolo de o que o observador/participante deve fazer. Muitas vezes, minhas orientações claras não são obedecidas, como já foi dito na atividade nro 3. O deixar o observador livre, lhe dando o direito da interferência, observa-se aí uma riqueza artística em que uma pequena fagulha (no caso, a mensagem em um pequeno pedaço de papel) gera as mais diversas explosões.

Observo nessa atividade a prática das minhas descobertas na atividade nro 3. Lá havia apenas a identificação de uma “falta” minha, ao idealizar um fim para os meus trabalhos. Aqui eu vejo a realização da proposta ali feita. Seria talvez a prova de um amadurecimento? Aguardemos…

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